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segunda-feira, 11 de julho de 2011

ANÁLISE

São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011 

Números ajudam a entender rotina das escolas VALEM MAIS AS ROTINAS PEDAGÓGICAS SIMPLES, MAS TODOS OS DIAS JOSÉ FRANCISCO SOARES

ESPECIAL PARA A FOLHA

Hoje há um lugar em uma escola de ensino fundamental para cada criança de seis a 14 anos.Nessa situação de acesso pleno devemos nos perguntar se os alunos estão aprendendo o que lhes permitirá exercer sua cidadania e inserir-se no mundo do trabalho.Os aprendizados necessários para isso exigem esforços familiares, escolares e sociais. Mas o aprendizado de leitura, matemática e ciências, naturais e humanas, exige oportunidades de aprendizado oferecidas pelas escolas.Isso só ocorre se as escolas funcionam regularmente e têm suas rotinas centradas na produção de aprendizado para seus alunos. Ou seja, vale mais a implementação de rotinas pedagógicas simples, mas todos os dias, do que ideias grandiosas nunca efetivamente usadas.Diante disso, a sociedade precisa se acostumar a perguntar a cada escola como está a sua rotina pedagógica.Isso deve ser feito por meio da produção de indicadores.Com a divulgação, para cada escola, da média de alunos por turma, a média de horas/aula planejadas e as taxas de reprovação e abandono, o Inep dá uma primeira e importante contribuição para a criação dessa cultura.A taxa de abandono indica quantos alunos, entre os matriculados, saíram da escola durante o ano letivo sem um processo regular de transferência. Altas taxas de abandono indicam pouca capacidade da escola em manter os alunos ou uma estratégia de exclusão. Em ambos os casos a escola pode melhorar.A taxa de reprovação é pequena em uma boa escola que assume junto com o aluno a responsabilidade pelo aprendizado. O número de alunos por turma diz muito sobre as condições reais de que a escola dispõe. Há evidências de que no ensino fundamental o ideal seria turmas com 20 a 25 alunos.A existência de dados sobre a ênfase do aprendizado nas rotinas da escola, o funcionamento regular e o uso desses dados para monitoramento e prestação de contas à sociedade qualificam o debate educacional, tão necessário para a melhoria da educação básica brasileira. JOSÉ FRANCISCO SOARES é membro do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais, da Faculdade de Educação da UFMG

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